Free fair as an experience of Good Living: a pulsating expression of dayly resistance
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Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Resumo
Descrição
In this article, we propose to enunciate approximations between the practices present in free fairs with central elements of the Amerindian philosophy of Good Living. Despite the strength of the retail market in the sale of food products, the free fair resists with its peculiar form and content, being an important space for commercialization of family and traditional farming productions and access to healthy foods. The relationships and sociability that take place in this space make the fair more than just a market, being a place of rhythm, meetings, walks, where people go to shop, to see friends, family, life stories. Therefore, our objective in this theoretical essay is to discuss the free fair as a space of resistance and an experience of good living, much more complex than the economistic logic is capable of understanding. Conviviality, collectivity, personality, informality, trust, territorial bond, secular knowledge, cultural appreciation, other modes of production and consumption are some of the many material and symbolic elements that represent the free fair as a plural space that is expressed in an ethics and values not exclusively market values. The fair is an experience of resistance that materializes itself in the daily life of the working class, whether they are producers, traders or consumers. Defending it, highlighting its social expression, which carries symbols contrary to Western modernity, is to promote the construction of ways to “postpone the end of the world” (KRENAK, 2019).
Neste artigo, propomos enunciar aproximações entre as práticas presentes nas feiras-livres com elementos centrais da filosofia ameríndia do Bem Viver. Apesar da força do mercado varejista na venda de produtos alimentícios, a feira resiste com sua forma e conteúdo peculiares, sendo um importante espaço de comercialização da produção da agricultura familiar e tradicional e de acesso a alimentos saudáveis. As relações e sociabilidades que se desenrolam nesse espaço fazem da feira mais que mero mercado, sendo um lugar de ritmo, encontros, passeios, aonde se vai para comprar, para rever amigos, família, histórias de vida. Diante disso, nosso objetivo neste ensaio teórico é discutir a feira-livre como um espaço de resistência e uma experiência de Bem Viver, muito mais complexa do que a lógica economicista é capaz de compreender. Convivialidade, coletividade, pessoalidade, informalidade, confiança, vínculo territorial, saberes seculares, valorização cultural, outros modos de produção e consumo são alguns dos muitos elementos materiais e simbólicos que representam a feira-livre como um espaço plural que se expressa em uma ética e valores não exclusivamente mercadológicos. A feira é uma experiência de resistência que se materializa no cotidiano da classe trabalhadora, sejam estes produtores, feirantes ou consumidores. Defendê-la, colocando em evidência sua expressão social, que carrega símbolos contrários à modernidade ocidental, é promover a construção de caminhos para “adiar o fim do mundo” (KRENAK, 2019).
Neste artigo, propomos enunciar aproximações entre as práticas presentes nas feiras-livres com elementos centrais da filosofia ameríndia do Bem Viver. Apesar da força do mercado varejista na venda de produtos alimentícios, a feira resiste com sua forma e conteúdo peculiares, sendo um importante espaço de comercialização da produção da agricultura familiar e tradicional e de acesso a alimentos saudáveis. As relações e sociabilidades que se desenrolam nesse espaço fazem da feira mais que mero mercado, sendo um lugar de ritmo, encontros, passeios, aonde se vai para comprar, para rever amigos, família, histórias de vida. Diante disso, nosso objetivo neste ensaio teórico é discutir a feira-livre como um espaço de resistência e uma experiência de Bem Viver, muito mais complexa do que a lógica economicista é capaz de compreender. Convivialidade, coletividade, pessoalidade, informalidade, confiança, vínculo territorial, saberes seculares, valorização cultural, outros modos de produção e consumo são alguns dos muitos elementos materiais e simbólicos que representam a feira-livre como um espaço plural que se expressa em uma ética e valores não exclusivamente mercadológicos. A feira é uma experiência de resistência que se materializa no cotidiano da classe trabalhadora, sejam estes produtores, feirantes ou consumidores. Defendê-la, colocando em evidência sua expressão social, que carrega símbolos contrários à modernidade ocidental, é promover a construção de caminhos para “adiar o fim do mundo” (KRENAK, 2019).
Palavras-chave
convivência, pertencimento, complementaridade, alternativa contra-hegemônica, descolonização, coexistence, belonging, complementarity, counter-hegemonic alternative, decolonization