Trabalhos de Doutorado

Coleção dedicada para as teses de doutorado do curso de biblioteconomia UDESC

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    O CLUBE DE LEITURA NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE FLORIANÓPOLIS: PRÁTICAS E SOCIABILIDADES (2006-2022)
    (2022-08-08) JOSÉ AUGUSTO DA SILVA NETO; Gisela EggertSteindel; Giani Rabelo; Elison Antonio Paim; Vera Lúcia Gaspar da Silva; Fernanda de Sales
    Esta tese tem como objeto de estudo o projeto Clube de Leitura na Rede Municipal de Ensino (RME) de Florianópolis, iniciado em 2009 e que se mantém ativo até os dias desta presente pesquisa (2022), objetivando compreender o seu percurso histórico e sociopolítico. A investigação e a escrita foram pautadas nos pressupostos da História Cultural, baseados em autores como Michel de Certeau e Roger Chartier, dialogando com os campos da Educação e da Biblioteconomia, no intento de compreender a implementação do Clube de Leitura, atentando para o contexto educacional local e nacional. Como fontes, o estudo lançou mão de documentos de políticas públicas de leitura, como o Plano Nacional do Livro e da Leitura – PNLL (BRASIL, 2006), a Lei nº 12.244 (BRASIL, 2010), o Plano Municipal de Cultura de Florianópolis, entre outros. Também foram utilizadas informações disponíveis no seu blog oficial (CLUBE DA LEITURA..., 2009), que contém relatos dos encontros ocorridos até 2016, e dados do arquivo do Departamento de Bibliotecas Escolares (Debec), constituído por um acervo que alimenta a Rede de Bibliotecas Escolares da Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF), gerenciado por professores/mediadores de leitura da RME, como atas dos encontros do Clube de Leitura e dos encontros formativos realizados com professores e bibliotecários. A essas fontes documentais e legislações, foram somadas entrevistas realizadas com gestores, professores e autores, pautadas na metodologia da história oral. As políticas públicas de leitura foram entendidas nesta tese pelo conceito de estratégia, sendo o Clube de Leitura compreendido como tática, conceitos concebidos a partir de Certeau (2006). Conclui-se, a partir deste estudo, que o Clube de Leitura é constituído por um momento político nacional em que as políticas públicas de leitura nacional alcançaram e legitimaram ações em territórios locais. Aponta-se que esse projeto foi estruturado a partir de uma vontade e iniciativa pessoal de uma professora da RME de Florianópolis, inspirada no PNLL, e, até o presente momento, não está integrado ao organograma institucional da RME, mas organicamente é desenvolvido pelos mediadores de leitura e pelo processo de formação continuada institucionalizado na RME de Florianópolis. O Clube da Leitura se tornou uma realidade e sofreu diferentes mudanças gerenciais ao longo do tempo. É possível assumir que ele é um projeto ativo de incentivo à leitura e de formação dos mediadores de leitura no sentido que alcança a comunidade escolar envolvida. Desse modo, forma mediadores de leitura e legitima uma cultura leitora na RME. Para além dos resultados, o estudo questiona a nomenclatura “Clube de Leitura: a gente catarinense em foco”, no sentido de problematizar quem é essa “gente catarinense”, uma vez que ele se propõe a representar uma cultura catarinense, revelando, no seu início, um entendimento estático do que é cultura, mas com o andamento dos encontros isso foi sendo modificado. Por fim, considera-se que ele é movido pelo desafio de seu tempo, sendo articuladas estratégias e táticas na clave dos processos de sociabilidades nas práticas formadoras e autoformadoras a sensibilidades leitoras na comunidade escolar da Rede onde ele acontece.
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    KEN SARO-WIWA, PRESENTE!”: DISCUSSÕES SOBRE ARTE, ATIVISMO E RACISMO AMBIENTAL
    (2017-07-28) ELISA RODRIGUES DASSOLER; Célia Maria Antonacci Ramos; Andréia da Silva Moassab
    Ken Saro-Wiwa foi um reconhecido escritor, produtor e ativista nigeriano que dedicou a maior parte da sua vida lutando contra a marginalização de grupos étnicos minoritários e a exploração abusiva de petróleo na região do Delta do Níger, naNigéria. Em 1990, em Ogoni, sua terra natal, Ken Saro-Wiwa organizou o Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni (MOSOP), um ativismo de insurgência indígena contra o colonialismo energético que, em 1993, expulsou a Shell de seu território após uma manifestação histórica com trezentas mil pessoas. Identificado como figura chave e porta-voz do movimento, Ken Saro-Wiwa foi preso várias vezes. Em 1995, ao lado de mais oito ativistas do MOSOP, Ken Saro-Wiwa foi julgado por um tribunal militar fraudulento e condenado à pena de morte. Rememorado como mártir e símbolo do movimento de resistência pacífica em Ogoni, sua história de ativismo contra o genocídio e as práticas de racismo ambiental no Delta do Níger permanece viva, presente. Com o objetivo de investigar seu legado, realizei em 2015, por ocasião dos vinte anos de sua morte, um Estágio Sanduíche em Londres onde pude participar e documentar uma intensa movimentação artística em sua homenagem e em solidariedade à resistência do povo ogoni. Como resultado, apresento o documentário longa-metragem “Ken Saro-Wiwa, presente!” e este estudo, escrito a partir de uma perspectiva teórico-metodológica interdisciplinar, especialmente construída no diálogo com autores dos chamados estudos pós-coloniais e do pensamento descolonial. Neste trabalho, apresento o conceito de racismo ambiental, contextualizo a história de Ken Saro-Wiwa, do MOSOP e da exploração de petróleo no Delta do Níger, e discuto a relevância política e cultural de projetos artísticos dedicados à memória de Ken Saro-Wiwa em Londres. Reconhecendo as interdependências entre os lugares e o papel que Londres ocupa nas geopolíticen Saro-Wiwa foi um reconhecido escritor, produtor e ativista nigeriano que dedicou a maior parte da sua vida lutando contra a marginalização de grupos étnicos minoritários e a exploração abusiva de petróleo na região do Delta do Níger, na Nigéria. Em 1990, em Ogoni, sua terra natal, Ken Saro-Wiwa organizou o Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni (MOSOP), um ativismo de insurgência indígena contra o colonialismo energético que, em 1993, expulsou a Shell de seu território após uma manifestação histórica com trezentas mil pessoas. Identificado como figura chave e porta-voz do movimento, Ken Saro-Wiwa foi preso várias vezes. Em 1995, ao lado de mais oito ativistas do MOSOP, Ken Saro-Wiwa foi julgado por um tribunal militar fraudulento e condenado à pena de morte. Rememorado como mártir e símbolo do movimento de resistência pacífica em Ogoni, sua história de ativismo contra o genocídio e as práticas de racismo ambiental no Delta do Níger permanece viva, presente. Com o objetivo de investigar seu legado, realizei em 2015, por ocasião dos vinte anos de sua morte, um Estágio Sanduíche em Londres onde pude participar e documentar uma intensa movimentação artística em sua homenagem e em solidariedade à resistência do povo ogoni. Como resultado, apresento o documentário longa-metragem “Ken Saro-Wiwa, presente!” e este estudo, escrito a partir de uma perspectiva teórico-metodológica interdisciplinar, especialmente construída no diálogo com autores dos chamados estudos pós-coloniais e do pensamento descolonial. Neste trabalho, apresento o conceito de racismo ambiental, contextualizo a história de Ken Saro-Wiwa, do MOSOP e da exploraçãode petróleo no Delta do Níger, e discuto a relevância política e cultural de projetos artísticos dedicados à memória de Ken Saro-Wiwa em Londres. Reconhecendo as interdependências entre os lugares e o papel que Londres ocupa nas geopolíticas neocoloniais de exploração de petróleo, os projetos artísticos apresentados nesta tese denunciam práticas abusivas por instituições públicas e privadas na exploração de petróleo, colaboram no processo de reivindicação por políticas de reparação às vítimas dessa “guerra silenciada” e, sobretudo, mostram que a arte pode exercer pressão política por mudanças sociais. as neocoloniais de exploração de petróleo, os projetos artísticos apresentados nesta tese denunciam práticas abusivas por instituições públicas e privadas na exploração de petróleo, colaboram no processo de reivindicação por políticas de reparação às vítimas dessa “guerra silenciada” e, sobretudo, mostram que a arte pode exercer pressão política por mudanças sociais.
Esta é a comunidade para atividades da disciplina Bibliotecas Digitais II - Edição 2024.